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Só somos livres quando nos amamos: uma resenha crítica do livro “Por Favor, cuide da mamãe”

2021 Korean Literature Review Contest

by Mariana Vieira Moura , on September 13, 2022

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       Escrevo esta resenha após um Dia das Mães ausente. Faz cinco meses que iniciei minha jornada solitária morando em um apartamento na cidade de São Paulo. A pandemia não me deixa ver minha mãe. Enquanto ela está no lado dourado do país, cheio de coqueiros e maresias, e onde a pandemia tem sido mais ou menos controlada, eu estou na cidade que virou um cemitério vivo. São Paulo soa como um cemitério que grita, em brasa. O que me reanima são meus livros enfileirados na estante, que funcionam como minha mesa de santos. São minha segurança. Quando toquei no livro de Kyung-sook Shin, senti que seria difícil. Uma história de uma mãe desaparecida em um ano tão doloroso. Seria uma facada. E na primeira leitura, foi. Porém, na segunda, eu entendi a beleza do livro, consegui me enxergar na filha escritora e entender também o que fez florescer a maior liberdade na qual vivo, a possibilidade de ter saído da minha cidade natal e ido viver meu sonho. Aos leitores que também vivem em uma solidão do novo e em uma descoberta de novas galáxias, espero que ao terminar esse livro possam ver que há uma rede que sustenta nossos corpos suspensos no céu. Uma rede costurada de pessoas que constroem nossa liberdade.

        A história tocante criada por Kyung-sook Shin, autora do best-seller sul- coreano Por Favor, cuide da mamãe1 começa a firmar suas delicadas garras no coração do leitor com a narração de uma escritora, Chi-hon, que está desesperada à procura de sua mãe, Park So-nyo. A narrativa inicia-se com a escritora e, posteriormente, vamos conhecendo os outros filhos de Park e o seu marido, com um capítulo destinado à perspectiva de cada um. A mãe desaparece no metrô da estação de Seul, ao perder- se do marido.

       Os familiares da matriarca sumida possuem sua voz em segunda pessoa, ou seja, só se referem a si mesmos com “você̂ ” ou “tu”, à exceção do filho mais velho. O leitor sente na pele como se fosse um familiar egoísta que pouco sabe sobre sua própria mãe. Você̂ não pode negar, você̂ só́ pode se deparar com acusações sobre quem você̂ é. Você̂ não sabe a idade da sua mãe. Você̂ não sabe quando começou a perceber que sua mãe não sabia ler. Também não sabe quando as dores de cabeça dela começaram. Você̂ pouco também reconhece todo o sacrifício da sua mãe para que seus filhos fossem espíritos livres.

        Para entender a liberdade que Park So-nyo entrega para seus filhos, pode-se pescar uma memória de Chi-hon, a escritora. Em um passado de escassez durante a época de crise pós-guerra coreana2, a menina pede um livro de presente à mãe. O livro era intitulado: “Humano, demasiado humano”3, escrito pelo filósofo cético Friedrich Nietzsche. Esse livro, como bem Nietzsche detalha, é destinado aos espíritos livres: “uma coisa une e distingue todos os meus livros (...): todos eles contêm (...) redes para pássaros incautos” (NIETZSCHE, 2005, p.5)

        Tal livro presenteado versava sobre a quebra das tradições e advogava que o caminho do conhecimento envolvia uma visão da vida que quebrasse os costumes e as morais pré-estabelecidas. Porém, mesmo esse sendo o único presente da mãe, um livro do mesmo autor de “O Anticristo”, a narrativa surpreendentemente termina com Chi-hon (a presenteada) rezando no país mais católico do mundo, o Vaticano, com um rosário feito de pau rosa. Para começarmos a entender a lógica sequencial de tais cenas contrastantes, apresentadas entre o início e o término da narrativa, devemos notar que a coerência está justificada pelo símbolo do rosário de pau rosa, apresentado na história.

Com efeito, após citarmos a relação inicial de contradição entre a oração e o livro, devemos focar no rosário de pau rosa. Esse artefato funciona como uma arma de Tchekhov. Tal artifício literário, criado pelo escritor russo, determina que quando há uma pistola no livro, em um momento terá́ que ser puxado o gatilho, pois tudo que está presente no texto tem um motivo. Na trama, a preparação do gatilho foi pelas mãos da própria Park So-nyo. “Qual é o menor país do mundo? Mamãe pediu que você̂ lhe trouxesse contas de rosário rosa se alguma vez fosse a esse país.” (p.38). A mãe justificou: “Porque você pode ir a qualquer lugar” (p.39). A mãe gostaria de receber o rosário como um presente, um símbolo da emancipação da filha. O conhecimento e o progresso da filha

possibilitaram essa liberdade. Portanto, Chi-hon poderia ir a qualquer país, graças a essa possiblidade. De fato, essa questão da emancipação pelo conhecimento que o livro revela possui raízes na história de soerguimento econômico da Coreia do Sul pelo investimento em educação.4

      Além do conhecimento, esse livro também falará da importância do afeto e das conexões humanas que possibilitam as condições para o progresso real de um país. Devemos citar um trecho da entrevista da autora para entendermos melhor sua mensagem. Kyung-sook Shin, uma autora que nasceu perto de uma aldeia em Jeongup, na península sul-coreana, em 1963, possui diversos livros premiados e atualmente trabalha como professora convidada da Universidade Columbia, Estados Unidos. A autora, ao ser questionada em uma entrevista5 para a Korea Society, sobre o porquê do livro “Por Favor, cuide da mamãe” tornar-se premiado (ganhador do prêmio Man Asian Literature) e sucesso em vendas no mundo todo, acertadamente, indica: 

      De fato, como a autora aponta, a sensação de perda de compaixão familiar é um fator global, em que cada vez mais, no capitalismo, somos levados a um ritmo de produção e trabalho que nos afasta das relações de carinho e proximidade. A mãe torna-se, portanto, um arquétipo. Um arquétipo da compaixão e solidariedade. No livro, mesmo com os personagens que eram filhos dessa mãe prosperando economicamente, todos sentem em seu interior: “mamãe é a pessoa que você tem vontade de chamar toda vez que você se desespera com alguma coisa nessa cidade” (p.17).

      Como bem visto no texto de Shin, esse chamado desesperado para o arquétipo do cuidado e da solidariedade está permeado de sentido por meio do ato da leitura. De fato, a emancipação por meio do estudo e do conhecimento só foi possível graças ao esforço da mãe. Quem materialmente levou esses espíritos a serem livres foram os gritos e sacrifícios de Park So-nyo: “Do que adianta ter uma casa se você não pode sequer mandar seus filhos à escola? Eu devia quebrar tudo!” (p.34). Essa fala foi feita para exigir que a filha escritora conseguisse ir para a escola e também que aprendesse a ler. Se não houvesse leitura nem escola, não existiria escrita.

       Ademais, não foi somente para essa filha que a mãe lutou para que houvesse os louros do conhecimento. Apesar de ser analfabeta, a mãe lutou para que todos os membros da sua família estudassem. O sonho para seu filho, Hyong-chol, era que fosse promotor público e quando ele desistiu de tal objetivo e conseguiu um cargo em uma empresa, ela perguntou: “ O que aconteceu com o que você pretendia ser?” (p.77). Também havia uma filha, Yun, que tinha se estabelecido como dona de casa, com três crianças. A mãe fez questão de levá- la para o jardim primário determinada a aprender a escrever o próprio nome junto com a filha. Antes, com seus outros filhos, nunca havia conseguido acompanhá- los à escola. Em relação a essa filha, quando ela cresce e se estabelece como dona de casa, a mãe questiona: “como você consegue viver assim?” (p.150). O filho, por sua vez, reflete: “Mamãe, quando mais jovem, era uma presença que o incentivava a continuar construindo sua determinação como homem, como ser humano” (p.77).

       No capítulo escrito pela perspectiva do marido de Park So-nyo, também descobrimos que a esposa cuidava também de sua comunidade e doava dinheiro para um orfanato. E inclusive prometia para um menino chamado Kyun, comprar uma pasta para livros e uniformes quando esse fosse para o ensino médio (p.100). Se a questão do investimento na educação já aparece claramente, ainda nos deparamos com um dos fatos mais melancólicos do livro. O suicídio do cunhado de Park So-nyo, também (coincidentemente) nomeado de Kyun que se suicidou após uma vida assustadora na cidade grande na qual nunca conseguiu realizar seu sonho, o de estudar no ensino médio. Quem incentivou e lutou para que ele se formasse foi a própria Park So-nyo, que insistiu que, para levá-lo para escola, vendessem o jardim (p.127).

        E por fim, também descobrimos que a mãe estava aprendendo a ler e o livro que fazia questão de ler era o livro escrito por sua filha. De forma emocionante, a contradição entre os espíritos livres nietzschianos e o teor cristão do final da trama perde toda sua oposição: somente com o afeto, os espíritos se libertam. A leitura e o aprendizado no livro todo foram regidos pelo afeto. A arma de Tchekov do livro, o rosário de pau rosa, que recebe inclusive o título de epílogo (p.179), fecha todas as pontas soltas. O livro termina em oração com a peça dramática.

         Em uma entrevista6 sobre seu livro novo, “Sociedade paliativa: a dor hoje”, o filósofo de origem sul-coreana, Byung-Chul Han, brilhantemente alerta: “Eu acredito que os seres humanos alcançam o auge da beleza quando oram. É por isso que gosto de ir às igrejas. Sem dor, não conseguirão orar”. De fato, em tal livro, o autor argumenta que as dores não serão curadas somente com hospitais. Essa sociedade somente busca métodos paliativos, quando a verdadeira cura está na solidariedade e no carinho. Não se podem enganar os sentimentos. Permitir-se sentir a dor e pedir ajuda, isso é o que realmente cura.

          O mesmo autor, em seu livro “A agonia de Eros”7, argumenta que o amor se perde na individualidade. Em uma sociedade narcisista que não aceita o diferente, o Outro começa a sumir e não podemos viver a relação em si. Segundo o filósofo, o sujeito narcisista “não consegue estabelecer claramente seus limites (...) o mundo se lhe afigura como sombreamentos projetados de si mesmo. Ele não consegue perceber o outro em sua alteridade e reconhecer essa alteridade” (HAN, p.6).

          Essa explicação torna mais clara a escolha de um capítulo para cada membro da família da mãe desaparecida. Cada um possui um fragmento de história da mãe, mas não conseguem delimitar exatamente quem é essa mulher (nem o ano de seu nascimento exatamente o sabem). Nesse ponto, até a mãe começa a se esquecer de si mesma; com uma hemorragia cerebral, aos poucos seu cérebro vai destruindo a sua identidade, mas não consegue pedir ajuda e se recusa a ir para o hospital. Seu maior ponto de apoio, um amor secreto, ela desiste de procurar. Desse modo, não resta nenhum Outro para que a mãe pedisse ajuda.

           A mãe decide destruir seus próprios pertences e ir sumindo aos poucos, até sua cabeça a destruir. As perguntas que ficam: será́ que ela teria ido ao hospital se os seus filhos tivessem decidido acompanhar seu ritmo? Se andassem um pouco mais devagar? Se a mãe pudesse falar tudo que estivesse na sua cabeça? Essa é a pergunta que o marido se faz. “Você até parava e esperava por ela, mas nunca caminhou ao seu lado, conversando com ela, como ela queria, nem uma vez sequer.” (p.117)

           De fato, esse livro nos lembra que o desenvolvimento só existe com solidariedade. Só existe com as pessoas que nos incentivam. Dessa forma, entende- se mais profundamente o final do livro, com o epílogo por conta da escritora, orando por sua mãe. Como Nietzsche declamou: “Um bom escritor não tem apenas o seu próprio espírito, mas também o espírito de seus amigos” (NIETZSCHE, 2005, p.76.)

            E, assim, após terminar de escrever essa resenha, olho com carinho para as memórias. As memórias com aqueles que amo e que me ajudaram a construir meu sonho e minha solidão escolhida. Dessa forma, graças ao livro de Kyung- sook Shin, posso enviar uma mensagem de carinho à minha mãe. Mãe, se meu espírito de escritora existe, é porque o seu espírito também esteve ao meu lado. Mal posso esperar para que possamos viajar juntas.


 어버이날을 놓친 후 리뷰를 쓰게 되었다. 상파울루 아파트에 혼자 살면서 외로운 여정을 시작한 지 이제 5개월이 되었다. 코로나로 인해 어머니를 못 만나고 있다. 어머니는 코코넛 나무와 습지로 가 득한 우리나라에서 가장 아름다운 지역에 계시는데 다행히 그 지역은 방역관리가 잘 이루어지고 있 다. 도시 생활은 거의 묘지에서 사는 기분이다. 상파울루가 말 그대로, 불타면서 비명을 지르는 묘 지인 것 같다. 기분 전환으로는 책꽂이에 있는 책을 보는 것이다. 그것은 나에게는 매우 소중한 것 이고, 마음을 편안하게 해준다. 신경숙의 책을 처음 봤을 때는 너무 어둡다는 느낌을 받았다. 그렇게 고통스러운 해에 실종된 어머니의 이야기는 날카로운 것에 찔리는 듯한 느낌이었다. 그러나 두 번 째 이 책을 읽었을 때 내용의 아름다움을 이해하게 되었고, 딸을 통해 저 자신을 볼 수 있었고, 저의 경우에는 고향을 떠나 제 꿈을 실현할 기회가 있다는 생각이 들었다. 삶의 자유라는 것이 무엇인지 이해할 수 있었다. 새로운 세계를 발견하기 위해 외로운 여정을 걸어가는 사람들이 이 책을 읽은 후 저 너머 하늘에는 자신을 지지하는 완전히 새로운 세계가 있다는 것을 알 수 있기를 바란다. 자신의 자유로운 삶을 만들어 가는 사람들의 네트워크 말이다.

 신경숙의 『엄마를 부탁해』1)는 엄마 박소녀를 필사적으로 찾는 딸의 목소리를 통해 독자에게 감동을 선물한다. 이 작품은 다층적 담화를 형성하는 복수의 화자와 수화자 기법이 등장하며 처음에는 작가의 입장, 다음은 딸의 입장, 어머니 자신, 아버지 등이 있다. 별도의 장에서는 각 캐릭터에 대한 관점을 설명하는 데 전념한다. 어머니는 서울역 지하철에서 남편 곁을 떠나 사라지게 된다.

 장남 외, 실종된 분의 가족은 2인칭으로 등장하고 화자가 마치 독자인 내 앞에서 말하고 있다는 착 각이 들고 가슴으로 다가온다. 독자는 자신이 어머니 캐릭터에 대해 거의 알지 못하는 이기적인 친 척처럼 느껴진다. 아무것도 부정할 수 없이 그저 비난을 받아들여야 한다. 어머니가 몇 살인지 모른 다. 어머니가 글을 읽을 수 없다는 것을 언제 알게 되었는지 모른다.

 그녀의 두통이 언제 시작되었는지도 모른다. 어머니가 자녀들이 자유로운 영혼으로 살아갈 수 있 게 희생한 것도 몰랐다.

 박소녀가 아이들에게 선물한 자유를 이해하려면 지은이의 기억에서 찾아볼 수 있다. 전쟁 후 넉넉 하지 않은 삶을 살았고2) 아이는 어머니에게 선물로 책을 사달라고 한다.

 회의적인 철학자 프리드리히 니체가 지은 그 책의 제목은『인간적인, 너무나 인간적인』3) 이다. 니체 가 설명하듯이 이 책은 자유로운 영혼을 위한 것이다. “나의 모든 책의 공통점은: 모든 책에는 … 부 주의한 새를 위한 그물이 들어 있다. (『NIETZSCHE』, 2005, p. 5)”

 이 놀라운 책은 전통을 깨는 것에 관한 것이었고, 지식을 얻는 유일한 방법은 미리 확립된 관습과 도덕을 깨는 것이라고 주장했다. 이게 엄마가 준 유일한 선물이었다. 천주교가 태어난 나라 바티칸 에서 딸이 자단으로 만든 목주를 들고 기도하는 곳에서 이야기가 끝난다는 것이 놀라울 따름이다. 비록 시작과 끝이 대조적인 것은 이해하기가 어렵더라도, 우리는 상징으로써 묵주를 통해 이야기를 더 잘 이해할 수 있다.

 일단 묵주에 집중할 필요가 있다. 이것은 체호프의 무기로 작동한다. 러시아 작가가 만든 그러한 문학적 기교는 책에 권총이 있을 때 어떤 시점에서 방아쇠를 당겨야 한다고 말한다. 왜냐하면, 내용 의 모든 것에는 다 이유가 있기 때문이다. 극 중 방아쇠를 당길 수 있는 사람은 박소녀 자신이었다.

 “세상에서 가장 작은 나라는? 엄마가 그 나라에 가면 분홍색 묵주를 가져오라고 하셨다. (p. 38)” 어머니는 “어디든 갈 수 있으니까. (p. 39)”라고 말했다. 어머니는 딸의 해방의 상징인 묵주를 선물로 받고 싶어 한다. 딸의 지식과 성장한 모습이 이 자유를 가능하게 했다. 그래서 딸은 이런 가능성 덕 분에 어느 나라든 갈 수 있었다. 사실, 이 책이 말하는 지식을 통한 ‘자유’라는 것은 대한민국이 교육 에 투자하여 경제적 성장을 이루었기에 가능한 것이기도 하다.4)
 지식 외에도 이 책은 국가의 진정한 발전을 위해 애정과 인간관계의 중요성을 언급한다. 저자의 뜻을 더 쉽게 이해하기 위해, 인터뷰 내용을 살펴보겠다. 1963년 한반도 정읍의 한 마을에서 태어 난 신경숙 작가는 여러 권의 책을 집필했고, 현재 미국 컬럼비아대학교 객원교수로 재직 중이다. 저자는 코리아 소사이어티와의 인터뷰5) 에서 『엄마를 부탁해』라는 책으로 Man Asian Literature award를 수상하고 세계적인 베스트셀러 작가가 된 이유를 묻자 다음과 같이 답했다.
 “요즘 사람들은 인간관계에 예민하고 현대사회의 부정적인 결과를 느끼면서 어머니의 기본적 의 미를 재고해야 한다고 생각했습니다. (중략) 어머니 손에 닿는 것은 피어나고, 빛나곤 합니다. 우리 모두가 엄마의 역할을 해야 하지 않을까요?”(6min 32s ~ 7min, 2011, 인터뷰, 무료 영어 번역) 사실, 작가가 말하는 ‘가족 유대감’의 상실은 전 세계적인 요인에 기인한다. 자본주의국가에서 돈 을 벌고 일을 하는 것에 집착하며, 자연스럽게 가족과 멀어지거나 혹은 가까운 관계를 맺는 것이 어 려워진다. 이 책에서는 어머니를 통해, 인간 본성의 보편적 성향을 나타내는 전형적인 성격, 행동 또는 상황을 보여준다. 또, 연민과 연대의 원형에 관한 이야기를 보여준다. 책 속 자녀들은 경제적 으로 번창하며 성공적인 삶을 살아가고 있지만, 힘든 일이 생기면 먼저 전화하고 싶은 사람은 바로 어머니이다. (p. 17)
 사실 공부와 지식을 통해 얻게 된 자유는 어머니의 노력이 있었기에 가능했다. 이들이 물질적으로 자유로움을 경험할 수 있는 이유는 어머니 박소녀의 노력과 희생이 있었기에 가능했다. “집이 있으 면 뭐합니까? 아이들 학교도 못 보내면? (p. 34)” 이 대사는 작가인 딸이 학교도 다니고 글도 배워야한다고 강요하는 장면이다. 독서나 학교가 없었다면 글쓰기도 없었을 것이다.
 또한, 어머니는 딸의 교육만 걱정한 것이 아니다. 비록 자신은 글을 몰랐지만, 자식 모두가 공부할 수 있도록 엄청난 노력을 했다. 아들 형철의 꿈은 검사가 되는 것이었는데, 그런 꿈을 포기하고 회 사에 취직하자 그녀는 “원했던 일이 어떻게 된 거냐?”라고 물었다. (p. 77) 세 자녀를 둔 주부로 자 리 잡은 딸 윤이도 있다. 어머니는 이를 지적한다.
 그녀는 딸과 함께 자신의 이름 쓰기를 배우러 유치원에 갔다. 다른 아이들과는 함께 학교에 갈 수 없었다. 이 딸이 아이를 낳고 주부로 살게 되니 “어떻게 이렇게 살 수 있어?”라고 어머니는 물었다. (p. 150) 아들은 다음과 같이 회상한다. “어렸을 때 엄마는 내가 멋진 한 사람으로, 한 남자로 성장 할 수 있게 밀어주었습니다. (p. 77)”
 다음 장은 어머니 박소녀의 남편의 시점으로 설정되어 있으며, 부인이 그동안 지역사회를 위해 많 은 일을 해왔고, 심지어 고아원에 기부도 하고 있었다는 사실을 알게 된다. 심지어 균이라는 소년에 게 고등학교에 가면 책과 교복을 사주겠다고 약속했다는 것이다. (p. 100) 이 작품에서 교육의 중요 성은 이미 명확하지만, 이와 관련된 또 다른 가슴 아픈 이야기가 있다. 고등학교 졸업하는 것이 꿈 이었던 균군(공교롭게도 이름이 같다.), 박소녀의 차남은 대도시에서 혼자인 삶을 버티지 못하고 스 스로 목숨을 끊었다. 그녀는 그를 격려하고 지지해준 사람이었다. 그녀는 그가 고등학교를 마치기 를 원했고, 심지어 학비를 마련하기 위해 정원을 팔았다. (p. 127)
 그리고 마지막으로, 우리는 어머니가 글을 배우기 시작하면서 처음 접하게 되는 책이 바로 자신의 딸이 쓴 책임을 알게 된다. 작품에서 맛볼 수 있는 니체의 자유로운 영혼들과 묵주에 집중하게 하는 결말 사이의 결국 ‘애정’이 담겨있다. 다시 말해, 오직 애정이 있어야 영혼이 자유로워진다는 것이 다. 사랑과 애정이 이 작품의 정체성이다. 체호프의 총인 묵주는 에필로그(p. 179)의 제목이기도 하 다. 이 작품은 기도를 마지막 장면으로 드라마틱한 엔딩을 맞는다.
 철학자 한병철은 새 책 『The Palliative Society: Pain Today』인터뷰6)를 소개하면서 이렇게 말 한다: “나는 인간이 기도할 때 아름다움의 절정에 이른다고 믿는다.” 그래서 나는 교회에 가는 것을 좋아한다. 고통 없이는 기도할 수 없다. 책에서 저자는 고통이 병원만으로는 치료되지 않는다고 주 장한다. 사회는 진정한 치유가 연대와 배려에 있지만, 이를 살피지 않고 ‘일시적인 처방’ 방법만 추 구한다. 감정을 속일 수는 없으며, 고통을 느끼고 도움을 요청하는 것이 진정으로 치유되는 방법이 다.
 같은 저자는 그의 책 『에로스의 종말』7)에서 사랑은 개성에서 사라진다고 주장한다. 사회적 자기도 취에서는 나와 다르면 인정하지 않고, 특이한 것은 사라지고, 관계를 형성할 수 없다. *** 한병철은 “자기애적 성격 장애를 가진 자들은, 자신이 어디에서 시작되고 끝나는지를 모르고, (중략) 세상은 자신으로부터 투사된 그림자일 뿐이다. 다시 말해 다른 사람으로 보지 않는다. 자신과 분리되었다 는 사실을 인정하지 않는 것이다. (HAN, p. 6)”
 이 내용을 이해하면 『엄마를 부탁해』 중, 특별히 와 닿는 장이 있다. 우리는 각자 ‘어머니’라는 존 재를 자신만의 뜻, 이야기, 기억으로 정의하지만, 어머니를 한 사람으로서, 한 여성으로서는 알지 못 한다. 심지어 어머니의 출생연도도 모르기도 한다. 어머니도 자신을 잊어가기 시작했다. 뇌출혈로 인해 자신의 정체성이 서서히 사라지고 있었지만, 그녀는 누구에게도 도움을 청할 수 없었고, 병원 에 가는 것도 거부했다. 그녀에게 가장 힘이 되어준 비밀 사랑, 그 사람도 어머니를 포기했다. 어머 니를 도와줄 사람이 아무도 없었다.
 어머니가 자신의 소지품을 모두 다 정리하는 과정에 자신의 기억도 서서히 흐려져 갔다. 읽으면서 궁금한 지점은 여기였다. 만약 자녀들이 함께 해주었더라면 어머니는 병원에 갔을까? 그들이 자신 들의 바쁜 삶을 잠시 일시 정지하고, 어머니에게 왔다면, 어머니가 마음속에 있는 모든 것을 그들에 게 말할 수 있었다면 어떻게 되었을까? 이는 박소녀의 남편이 스스로 던지는 질문이었다. “잠시 멈 춰 그녀를 기다려주곤 했지만, 사실 함께 옆에서 걸어가거나, 말을 걸거나, 그런 적은 단 한 번도 없 다. (p. 117)”
 사실 이 책은 ‘발전은 연대가 있어야만 존재한다.’라는 사실을 일깨운다. 그것은 우리를 격려해주 는 사람들에게만 존재한다. 이런 부분들을 생각하다 보면 에필로그가 전해주는 메시지가 잘 이해 된다. 니체는 “훌륭한 작가는 자신의 영혼만 아니라 친구의 영혼도 가지고 있다.”라고 말했다. (NI-ETZSCHE, 2005, p. 76)
 이 책의 감상을 쓰면서 애틋한 추억을 돌아보게 된다. 내 고독과 꿈을 이루도록 도와준 사랑하는 사람들과의 추억 말이다. 신경숙 작가의 책 덕분에 어머니께 애정의 메시지를 보낼 수 있게 되어 더 없이 기쁘다.
 엄마, 내가 이 글을 쓸 수 있는 이유는, 엄마를 사랑하기 때문이야! 엄마랑 빨리 여행 다니고 싶다!

Keyword : Por Favor Cuide da Mamãe,Kyung-Sook Shin

Book's Info
Por Favor, Cuide da Mamãe
  • Por Favor, Cuide da Mamãe
  • Author : Kyung-Sook Shin
  • Co-Author :
  • Translator : FLAVIA ROSSLER
  • Publisher : Intrinseca
  • Published Year : 2012
  • Country : BRAZIL
  • Original Title : 엄마를 부탁해
  • Original Language : Korean(한국어)
  • ISBN : 9788580571325
Author's Info
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Shin Kyung-sook
Original Work's info
Please Look After Mom
  • 엄마를 부탁해
  • Author : Kyung-Sook Shin
  • Co-Author :
  • Publisher : 창비
  • Published Year : 0
  • Country : 국가 > SOUTH KOREA
  • Original Language : Korean(한국어)
  • ISBN : 9788936433673

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